A tecnologia de ponta e o luxo contemporâneo
À primeira vista, podíamos pensar que o reino da alta tecnologia, em constante evolução, e o da técnica artesanal de alto nível habitam em mundos totalmente diferentes, promovendo um a mudança rápida e o outro os valores tradicionais. Mas se examinarmos um pouco mais em profundidade e analisarmos os pequenos detalhes do que move cada lado desta brilhante moeda, torna-se muito claro que partilham, celebram e beneficiam mutuamente de características comuns.
Os metais preciosos têm uma longa e ilustre história na arte da joalharia e relojoaria, que os apreciam tanto pela sua beleza, como pelas suas propriedades físicas de maleabilidade e durabilidade. Esses mesmos metais, assim como as pedras preciosas, são atualmente utilizados numa série de formas inovadoras: desde a platina, que podemos encontrar nos conversores catalíticos, às impressionantes propriedades condutoras do ouro, estão presentes nos mais importantes avanços tecnológicos. Embora possamos pensar que a utilidade coloca os mundos do trabalho artesanal e o da tecnologia em planos diferentes, o seu desejo incessante de superar os limites do possível abrem caminhos paralelos a serem seguidos por um mundo mais amplo. Através desses valores, tanto os artesãos como os cientistas dão um novo fôlego às criações inovadoras.
A essência da tecnologia de ponta, da técnica artesanal de alto nível e da produção de bens de luxo é a valorização da precisão. A criação de algoritmos complexos, de matrizes tecnológicas e de programas concebidos para resolver problemas altamente específicos e desafiantes, exige a aplicação de competências singulares, bem como centenas de horas de concentração total. E talvez não seja coincidência que possamos dizer o mesmo da alta-costura, da alta-relojoaria, da alta-joalharia e das horas intermináveis de trabalho manual especializado levado a cabo por talentosos e dedicados designers de moda e pelos seus costureiros. Graças ao seu trabalho meticuloso, tanto as indústrias do luxo como os seus equivalentes tecnológicos conseguiram granjear, merecer e manter a sua reputação como pioneiros nos seus respetivos domínios.
Durante séculos, a técnica artesanal de alto nível pôs a tónica na perceção da pureza do trabalho manual dos artistas, sendo os avanços tecnológicos associados negativamente à produção em massa, custos reduzidos e pouca qualidade. No entanto, há uma parceria benéfica e pouco comum que pode surgir entre ambos os mundos. Hoje em dia, a precisão laser permite aos relojoeiros trabalhar de forma mais meticulosa do que nunca, a colaboração da robótica está a aumentar os resultados dos produtores de alta-costura sem terem de sacrificar um ápice de distinção e até a impressão 3D em platina e ouro de 18K permite à alta-joalharia conseguir níveis mais elevados de personalização e de luxo de origem tecnológica do que antes.
O tempo dirá quão longe chegará esta parceria visionária, mas não há dúvidas de que atualmente tem como resultado criações que têm o potencial de elevar a excelência e a inovação na técnica artesanal. Portanto, enquanto assim for, não irá abrandar nem terminar.
A inovação, a modernidade, a vanguarda e a surpresa fazem parte da essência tanto da nova tecnologia como das novas abordagens da moda. Um fascínio incansável pela inovação e pelo mapeamento das necessidades e desejos futuros é uma constante fonte de inspiração para os designers desde o início do século XX, algo evidente nos movimentos do Futurismo e do Modernismo na arte, no design, na arquitetura, na moda e muito mais.
Olhando para os primeiros exemplos desta essência vanguardista da inovação, à luz da produção da Bauhaus e dos artistas que emergiram dessa escola, fica claro que os avanços tecnológicos foram adotados sobretudo como um aspeto da estética visual e pouco mais. As peças de roupa apresentavam designs futuristas, conotações espaciais e ornamentos metálicos que evocavam novas e ousadas fronteiras, mas a utilização de novos materiais e da sua potencial funcionalidade tiveram pouco impacto. Pelo contrário, as novas gerações de designers, como Hussein Chalayan, utilizam uma vasta gama de componentes tecnológicos, incluindo peças de aviões e microrrobótica, e revelam novas formas de combinar a tecnologia com uma estética única e artística, promovendo a inovação tanto ao nível da utilização dos materiais como da visão da moda.
O mundo da alta-costura em constante mudança ofereceu-nos, sobretudo nos últimos anos, muitos aspetos vanguardistas e visualmente impressionantes da alta tecnologia, como as criações futuristas de Olga Noronha, que combinam uma técnica artesanal impecável de uma beleza sobrenatural com tecidos que incluem LED e fibra ótica. Também os vestidos em 3D de Anouk Wipprecht são um exemplo de uma abordagem futurista da moda. Ao refletir e interagir com o ambiente que rodeia o utilizador, algumas das suas peças, concebidas em parte por IA, protegem, aquecem, realçam e até libertam fumo, reafirmando a visão única que esta designer tem da moda.
Poucos temas captaram tanto a imaginação do público nos últimos anos como a necessidade de solucionar o impacto que as indústrias têm no ambiente e o consenso global de adaptar a produção dos bens de consumo, incluindo os artigos de luxo, a modelos mais sustentáveis e ecológicos. É neste campo que a incipiente relação entre tecnologia e técnica tem o potencial de desabrochar em algo verdadeiramente transformador e influente. Afinal, a investigação tecnológica e a criatividade são fundamentais para impulsionar a utilização de materiais e tecidos sustentáveis e para encontrar formas de os introduzir num mercado de topo muito exigente.
O desafio de utilizar novos materiais e de encontrar novas formas de abordar a criatividade produz resultados tão surpreendentes quanto impactantes. Alguns exemplos dignos de destaque incluem Ronald van der Kemp, que na sua última criação utilizou tubos de seda preenchidos com penas reutilizadas numa tentativa iconoclasta de produzir pelo falso sustentável e amigo do ambiente. Ou Elizabeth de Senneville, designer na PCA, que anunciou roupa criada a partir de carvão ativado cujo objetivo é proteger o utilizador da poluição ambiental. A par destes desenvolvimentos, a transformação e a reciclagem inspiraram designers inovadores a dar uma nova vida a tecidos de luxo usados e a utilizar desperdícios para transmitir uma mensagem forte acerca da responsabilidade da indústria.
Numa era em que pairam grandes mudanças e transformações no horizonte, o dinamismo entre a técnica artesanal e a tecnologia tem uma grande oportunidade de abrir novas portas e, uma vez mais, explorar soluções que farão avançar harmoniosamente ambas as indústrias. Não só estes dois mundos se aproximaram mais do que nunca, interligando-se no espírito da inovação, precisão e competência, como também podem revelar abordagens e soluções que tenham um grande impacto positivo.
A Haute-Rejuvenation é a verdadeira essência da Platinum Rare Collection, inspirada no importante legado da La Prairie, que começou com o trabalho pioneiro do Dr. Paul Niehans, o pai da Terapia Celular. As suas inovadoras terapias rejuvenescedoras foram desenvolvidas na Clinique La Prairie, em Montreux, na Suíça, há mais de 80 anos. Estas são a base da investigação contínua da La Prairie e a génese da Haute-Rejuvenation atual. Mais do que uma ciência, a Haute-Rejuvenation é uma expressão do savoir-faire da La Prairie, com a fórmula de mais elevado desempenho, a melhor experiência sensorial e a embalagem mais requintada até à data. Em 2020, a La Prairie apresenta um novo capítulo da Ciência da Haute-Rejuvenation. Dois ingredientes ativos são fundamentais para os processos rejuvenescedores: o Complexo Celular Exclusivo patenteado pela La Prairie e o novo e exclusivo Multipéptido de Platina, especificamente desenvolvido para a Platinum Rare Collection.